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Transtorno do Espectro Autista

Mais conhecido como autismo. Acho esse tema extremamente relevante, uma vez que muitos pais tem receios e dúvidas, principalmente aqueles que estão pensando em ter filhos ou que desejam aumentar a família um pouco mais. As causas do autismo, o papel do pediatra, equipe médica e multidisciplinar, minha experiência com os meus pacientes autistas, tudo isso será tratado aqui a partir desse momento.



Dia 02 de abril é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo e na qualidade de profissional da saúde infantil, acho necessário e importantíssimo conversarmos sobre o diagnóstico precoce do autismo.


O diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista favorece uma melhor qualidade de vida para as crianças e as famílias que irão conviver com o autismo. Por isso, cabe a nós, pediatras, estarmos atentos aos primeiros sinais que possam sugerir o espectro e a partir desse momento iniciar a estimulação a fim de melhorar o desenvolvimento neuropsicomotor da criança.


As causas do autismo são desconhecidas, contudo ressalto que vacinação não provoca autismo. Apesar de muitas informações infundadas que circulam pela internet, eu garanto a vocês que a vacinação não provoca o espectro autista. Portanto, continuem vacinando seus filhos normalmente.


Os primeiros sinais do espectro autista costumam aparecer a partir dos 2, 3 anos de idade. O atraso no sorriso social e na linguagem, deficiência na reciprocidade do olhar, alienação social, déficit de interação social, são alguns dos sinais característicos do autismo.


O autismo pode se apresentar em diversos graus, desde o espectro mais brando, onde a criança é capaz de desenvolver habilidades e se comunicar. Geralmente nesses casos, ela é dotada de um QI elevadíssimo, frequenta a escola, possui uma excelente capacidade para o aprendizado, mas com pouca interação social. Até o grau grave, onde ela não se comunica e vive “alheia”, dentro do seu próprio mundo.


É muito importante que a família aceite o diagnóstico do autismo, para que se inicie imediatamente a estimulação da criança. O reconhecimento tardio do espectro autista pode prejudicar o desenvolvimento da criança.


Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a estimulação pode atingir o período ótimo definido pelas janelas de oportunidades no cérebro das crianças e a detecção precoce pode auxiliar o treinamento de habilidades que, se por ventura houver um atraso no diagnóstico, elas não poderão mais ser alcançadas.


Portanto, cabe a nós pediatras, orientarmos as famílias sobre as atividades de estimulação precoce próprias para cada fase do desenvolvimento infantil. Nosso papel não se restringe ao diagnóstico e tratamento, cabe a nós também acolher as famílias buscando estratégias e ferramentas para que todos tenham força e persistência no tratamento que a criança com suspeita ou diagnóstico definitivo exige.


Meus pacientes, cujos pais aceitaram o diagnóstico e trabalharam conjuntamente com a equipe médica e com a escola, alcançaram resultados formidáveis. A estimulação diária com pediatras, neuropediatras, psicólogos infantis, fisioterapeutas e fonoaudiólogos, bem como com a família e a escola contribuíram para que eles atingissem o seu potencial máximo.


Um deles entrou na universidade antes de concluir o ensino médio, se formou na universidade, e se tornou um profissional extremamente qualificado. Outros se formaram em cursos superiores, são profissionais qualificados, se casaram e tiveram filhos. Alguns foram acometidos pelo espectro na sua modalidade mais grave, mas em razão do trabalho contínuo da equipe multidisciplinar foram capazes de conviver com o autismo tranquilamente e sua família também.


Portanto, recomendo a todos que, ao perceberem sinais nos seus bebês que possam sugerir o espectro autista, procurem o pediatra imediatamente, para que ele possa avaliar os seus bebês e iniciar o tratamento imediatamente.


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