Roer unhas é um hábito que passa desapercebido pelos pais. Muitos acreditam que se trata apenas de uma fase da criança, contudo quando o hábito persiste, alguns pais lançam mão de medidas severas a fim de interrompê-lo. Acho interessante abordar esse assunto, uma vez que o ato de roer unhas é muito mais complexo que se imagina. Ele pode ser o indicativo de que algo não está bem com o seu filho, portanto merece ser investigado de forma mais detalhada.
A onicofagia é uma ocorrência comum em crianças. Geralmente os pais não dão muita importância para o fato de a criança roer as unhas das mãos.
O quadro passa desapercebido até o momento em que ela começa a roer as unhas dos pés, gerando uma preocupação que os leva até meu consultório em busca de solução imediata para esse problema.
O ato de roer unhas é sinalizador de que algo mais profundo está acontecendo com a criança. Segundo os psicólogos, roer as unhas é um hábito associado a instabilidade psicomotora. Portanto, não se trata de um problema orgânico. Pode ser indicador de instabilidade emocional ou mental.
Conflitos entre os pais, ausência dos pais, a chegada do bebê novo e o despreparo para receber o irmãozinho, dificuldade de socialização e integração com os colegas na escola, bullying, são exemplos de situações que contribuem para o stress e instabilidade emocional das crianças, bem como servem de catalizadores para o agravamento da onicofagia.
Crianças que roem unhas costumam ser hiperativas, autoritárias, ansiosas, e dotadas de uma liderança demasiada.
Os pais nunca devem tentar reverter esse hábito da criança por meio de medidas severas, tais como: passar pimenta nas unhas dela, colocar esmaltes nos dedos, enfaixa-los com esparadrapos, jogar vinagre, usar de rispidez, ameaças, ofensas verbais, castigos, constrangimentos e coação, pois nenhum desses métodos será eficaz para a solução do problema.
Pelo contrário, irão agrava-lo, traumatizar a criança, aumentar o nível de stress e a instabilidade emocional dela. A melhor forma dos pais lidarem com a onicofagia é com paciência, compreensão e tratamento psicoterápico.
Por meio de terapia familiar e psicólogo infantil.
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