É muito importante tratarmos desse assunto, pois há muitas dúvidas que precisam ser esclarecidas a respeito dele. A maioria das famílias se prepara enfaticamente para a gestação, mas não se prepara para todos os aspectos que envolvem o pós-parto.
Nesse texto, abordarei a importância do suporte que a mãe deve ter durante o puerpério.
O desafio de enfrentar a fase pós-parto é grande e pouco se fala nisso. A tendência familiar é se preocupar apenas com o bebê.
Durante essa fase não é só o bebê que chora, fica sem dormir e não se alimenta, as mães também passam por isso. Portanto, é necessário um bom suporte familiar para a mãe.
No pós-parto há uma desorganização hormonal que afeta a mente da mulher, podendo levá-la à confusão mental e até surtos psicóticos. Esse quadro psiquiátrico perinatal grave, é o que denominamos psicose puerperal. Ele costuma ocorrer entre o nascimento e as 6 semanas após o parto.
Contudo, estudos comprovam que até 3 anos após o parto, algumas mulheres enfrentam a psicose puerperal. Ela pode ocorrer, inclusive, durante a gestação.
Não devemos confundir a psicose com depressão pós-parto. São duas patologias completamente diferentes, a depressão pós-parto é caracterizada por uma tristeza profunda, desespero e falta de esperança. Enquanto, os sintomas da psicose puerperal são: distanciamento da realidade, delírios, alucinações, pânico, medo da morte e perda do bebê, sensação de abandono, acuamento, mudanças de humor e hiperatividade.
Algumas das pacientes sentem fúria e raiva do bebê por acreditarem que ele retirou a liberdade, beleza e individualidade delas, bem como lhes tomou os familiares. Outras são tomadas de uma obsessão extrema por seus bebês e vivem exclusivamente para eles.
O ciúme exacerbado e o medo de terem seus filhos sequestrados, complementa o quadro.
A psicose puerperal é uma condição psiquiátrica gravíssima que demanda cuidados, principalmente em relação à vida do recém-nascido. Em muitos casos, a mãe pode tentar feri-lo ou até matá-lo.
O tratamento para psicose puerperal é realizado mediante internação em hospital psiquiátrico, nas primeiras semanas após o diagnóstico confirmado, prescrição de antidepressivos e o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar formada por: psicólogos, psiquiatras e enfermeiros.
A duração do tratamento varia de paciente para paciente. Até que o quadro se estabilize, de 30 dias até 6 meses.
Observem suas esposas, filhas, amigas, se alguma delas apresentar os sintomas aqui mencionados, procurem auxílio psiquiátrico imediatamente.
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