Nas postagens anteriores falamos sobre quando a criança deve visitar um oftalmologista. Em razão dessa postagem, a mãe de um paciente trouxe seu bebê ao meu consultório afirmando que ele era estrábico. Será que o estrabismo é facilmente detectado? O que fazer? Bebês podem sofrer de estrabismo tão cedo? Vamos conversar sobre essas questões no texto abaixo.
Calma mamães! Não é bem assim! Foi o que disse a ela. O seu bebê pode parecer estrábico, mas fique tranquila que ele não é.
Mas como assim, Dr.?
Isso é normal, puramente intermitente. O que ocorre é que a distância entre os olhos do bebezinho é grande. A isso denominamos hipertelorismo.
E a criança para focar, ou melhor, para fundir uma imagem às vezes apresenta o estrabismo intermitente.
Nas primeiras semanas de vida, o recém-nascido enxerga completamente embaçado, devido a sua imaturidade cerebral. O amadurecimento do cérebro é gradual e levará em torno de dois meses, para que o bebê consiga enxergar com precisão, faces e objetos posicionados num raio de distância que varia de 20 a 30 cm.
Por isso, nós pais, temos essa sensação de que nossos bebês sofrem de estrabismo, ou que são vesgos, coloquialmente falando.
A partir do quarto mês de vida, o bebê será capaz de acompanhar movimentos ao seu redor com o olhar, muitas vezes acentuando o estrabismo temporário.
Aos 6 meses, a distância entre os olhos dele vai reduzindo e assim, a criança passará a enxergar com exatidão. Acompanhará imagens em movimento, diminuirá o poder de foco para fundir as imagens e nesse momento a sensação de estrabismo deverá desaparecer.
Recomendo aos pais que observem seus bebês! Principalmente quando se trata da visão para perto, pois é nessa posição que o estrabismo se revela.
Caso após o sexto mês de vida, a sensação de estrabismo no bebê persistir, será necessário buscar um oftalmologista pediátrico.