Achei importante tratar desse tema aqui no blog com vocês, porque presenciei essa situação com uma paciente recentemente. A relevância dele é tremenda, uma vez que essa sensação é experimentada por todos nós, quando nos tornamos pais.
Esse mês atendi uma criança que adoeceu duas vezes em um intervalo de quinze dias. Tratavam-se de enfermidades simples, contudo, isso serviu para desencadear uma síndrome do pânico na mãe dela.
E desde então, toda vez que essa criança adoece a mãe tem medo dela morrer.
Esse sentimento é normal. Apesar de alarmante e desesperador, o medo da perda costuma aumentar quando nos tornamos pais. Eu lembro, quando minhas filhas eram pequenas, minha esposa e eu tínhamos o mesmo receio.
Contudo, não podemos permitir que essa sensação nos domine. A ansiedade, o pós-parto, o cansaço e o stress nos primeiros meses de vida da criança costumam agravar esse medo em alguns pais. É preciso ter calma e delicadeza para lidar com isso.
Infelizmente, nós não somos preparados para lidar com as perdas e nem com o luto, por isso que apresentamos tanta dificuldade para lidar com essa possibilidade.
O importante é avaliar a extensão desse medo, se aumenta ou se reduz a cada dia, se diz respeito a enfermidades ou algo mais. Buscar apoio psicológico é fundamental, para evitar que ele aumente a ponto de impedi-los de desfrutar as alegrias proporcionadas pela maternidade e paternidade.
Compreendam que nossas crianças em tenra idade são expostas a aglomerações, creches, escolas e isso as torna suscetíveis as enfermidades. Mas, não significa que elas irão morrer, pelo contrário atualmente contamos com diversos recursos e medicamentos que possibilitam maiores chances de cura que no meu tempo de infância.
Vacinas, antibióticos, vermífugos, analgésicos, estão à disposição de todos. Com o tempo e o crescimento da criança, seu organismo se fortalecerá e o coração dos pais também. E o receio da perda reduzirá.
Não superproteja seu filho porque você tem medo de perdê-lo, isso contribuirá para que ele se torne um adulto inseguro e incapaz de lidar com as adversidades na fase adulta.