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DORES ABDOMINAIS

Porque não devemos ignorar as queixas das crianças relativas às dores abdominais? Porque elas precisam ser investigadas! A desvalorização das dores da criança podem colocá-la em risco de morte, em razão de uma patologia grave não diagnosticada. Precisamos acabar com o estigma de que a criança se queixa de dor para chamar a atenção.


Quando me refiro a dores abdominais não estou falando de cólicas em recém-nascidos, mas sim de dores em crianças maiores, a partir dos 02 e 03 anos de idade.


Muitos pais não dão a importância devida, para a queixa da criança. Ela é constantemente associada à preguiça, vontade de faltar a escola e necessidade de atenção. Contudo, afirmo que devemos acreditar na criança e investigar as dores abdominais.


Há muitas doenças capazes de causar dores, desde verminoses até apendicite ou uma infecção de abdômen aguda. Os casos de infecção aparecem acompanhados de outras sintomatologias, tais como: febre, vômito e dores em localidades específicas do abdômen.


As dores abdominais podem ser localizadas e universais. As universais são aquelas que englobam todo o abdômen, enquanto as localizadas se concentram numa região específica dele. Muitas dessas dores estão associadas as alças intestinais, pois elas são “forradas” por um tecido denominado peritônio. O peritônio é repleto de nervos, que quando irritados resultam em dor abdominal.


Por isso, reforço a necessidade de valorizar a dor da criança e investigá-la para saber se ela é funcional ou patológica. Somente por meio de exames poderemos chegar ao diagnóstico correto. Exames de fezes, urina, hemograma, PCR e metabólicos, serão fundamentais para isso.


É preciso verificar, também, a função renal da criança. Assim como avaliar a alimentação dela, pois as dores podem ser oriundas da constipação intestinal. Devemos, igualmente, realizar exames de imagem, ecografias, ultrassonografias e raio X. Somente após os resultados desses exames, poderemos descobrir a razão das dores apresentadas pela criança.


A dor será considerada funcional quando todos os exames mencionados acima forem normais. Nessas situações cogitamos a ocorrência de intolerância à lactose, constipação intestinal e até disritmia abdominal. Nesse último caso será necessário a realização do eletroencefalograma.


Nos casos de dores abdominais de fundo emocional, contaremos com o apoio do psicólogo infantil para que ele trabalhe com a criança a fim de descobrir a origem da dor dela. Pode ser um trauma, medo, angústia, stress, dentre outros motivos. O psicólogo saberá a abordagem correta para ajudar a criança.


O tratamento para dores abdominais será feito por uma equipe multidisciplinar composta por: pediatra, neuropediatra, psicólogo, nutricionista e cirurgião pediátrico, quando houver necessidade cirúrgica.

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