Essa dúvida é muito frequente no meu consultório. Os pais se preocupam, porque seus filhos comem pouco ou apresentam dificuldade em aceitar determinados alimentos, logo acreditam que o estimulante de apetite seria um facilitador para esse processo.
Ao longo do texto elucidarei diversos pontos sobre a prescrição desse medicamento para crianças.
A grande preocupação essa semana no meu consultório foi a falta de apetite e dificuldade de alimentação que algumas crianças apresentam. Muitas mães me questionaram sobre a possibilidade de prescrever estimulantes de apetite para seus filhos.
Acredito que a maioria das mães gostaria que seus bebês fossem gordinhos e bonitinhos, daqueles bebês fofinhos que todo mundo quer segurar. Contudo, essa ideia de padrão de beleza infantil, pode ser prejudicial para a saúde deles.
Crianças que se alimentam além do necessário nessa fase inicial do crescimento, tendem a desenvolver uma obesidade que poderá se estender ao longo de suas vidas.
Eu desaconselho a prescrição de estimulantes de apetite. Eles representam um grande risco à saúde das crianças. Muitos pais lançam mão desse medicamento, por ser uma forma rápida e prática de garantir que seus filhos se alimentem e ganhem peso.
Todavia, essa prática não é saudável para o organismo deles. O estimulante aparenta ser benéfico, porém é prejudicial, ineficiente e perigoso, uma vez que age no cérebro da criança, na parte responsável pela fome.
Corremos o risco de provocar efeitos colaterais irreversíveis na criança, podendo até resultar em compulsão alimentar.
A maioria dos estimulantes é derivado da Ciproeptadina, que é um antialérgico causador de diversos efeitos colaterais, tais como: sonolência, depressão, irritação, agressividade, diarreia, enjoo, mal-estar e queda de pressão.
A criança que faz uso desses medicamentos apresenta temperatura corporal baixa, pele fina e pressão baixa. Ela se alimenta exageradamente, mas seu rendimento escolar cai, em razão da sonolência e da fadiga.
O Cobabital e o Periatin C são os estimulantes mais recomendados pelos farmacêuticos atualmente, todavia repudio os dois medicamentos e desaconselho, severamente, o uso deles.
O hábito da alimentação deve ser cultivado de forma saudável desde o aleitamento materno, como já afirmei em publicações anteriores. A alimentação infantil deve ser feita com paciência e introdução dos alimentos certos na hora certa.
O que importa é o valor nutricional do alimento e não a sua quantidade. Comer em excesso não é sinônimo de saúde. Sem contar que, a criança obesa desenvolve os mesmos males que o adulto obeso, quais sejam: cardiopatias, hipertensão, diabetes, doenças lombares e cervicais.
O sobrepeso na infância é presságio de obesidade na fase adulta.